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Carlos Nobre faz conferência de abertura da I Semana da Geologia e Ambiente

O pesquisador Carlos Afonso Nobre, secretário de Políticas e Programas de Desenvolvimento do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), cujo trabalho sobre os efeitos das forças antropogênicas (ação do homem) e naturais sobre o clima da Terra tem reconhecimento internacional, fez a conferência de abertura da I Semana da Geologia e Ambiente da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), organizada pelo Instituto de Geociências (IEG), ocorrida na noite desta segunda-feira, 30 (Dia do Geólogo), na Casa de Cultura Historiador João Santos, em Santarém.

O evento integra a programação da Semana do Meio Ambiente 2011 da Prefeitura Municipal de Santarém. Estavam presentes, além do reitor da UFOPA, Prof. Dr. José Seixas Lourenço, diversas autoridades municipais, professores, alunos, coordenadores de programas e pró-reitores.

Carlos Nobre, que é coordenador geral do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPETC), apresentou, numa palestra de alto nível técnico, com a maioria das informações em inglês, a teoria de “savanização” da Amazônia. “Isso pode ocorrer se a área desmatada na Amazônia chegar a 40% e a temperatura subir entre 3,5 e 4 graus. Teríamos então, nesse cenário, um clima mais quente, mais seco e uma diminuição na estação de chuvas; com isso, uma probabilidade de não recuperação da área de florestas”. O pesquisador afirmou que os cálculos matemáticos utilizados para essas conclusões levam ao que chamou de “medida da incerteza”, já que diferentes modelos levam a diferentes cenários, e completou: “Para desenvolver não é preciso destruir a floresta”.

O pesquisador lançou aos presentes um importante questionamento: “Poderá o Brasil, neste século, tornar-se uma potência ambiental tropical? Se o desenvolvimento não se tornar sustentável, não podemos nos orgulhar do futuro”. Para ele, o surgimento de espaços como o da UFOPA é importante para criar um “novo modelo de desenvolvimento para os trópicos”, a partir da mudança de paradigma no que se refere ao ensino, pesquisa e extensão. “Cursos de pós-graduação (mestrado e doutorado) interdisciplinares são caminhos mais rápidos para se alcançar esse tipo de desenvolvimento”. Nobre ressaltou também a relevância do ‘extensionismo’, ou seja, o ensino técnico para garantir o que chamou de “revolução da sustentabilidade”. “Os filhos dos pecuaristas devem ser os novos empreendedores, aqueles que vão abandonar esse modelo tradicional de desenvolvimento, que não é muito lucrativo e é devastador.”

“As questões de desenvolvimento nos trópicos são muito complexas e envolvem muitos saberes interdisciplinares e até transdisciplinares.” Para ele, a UFOPA, adotando uma formação interdisciplinar desde o início da graduação, é o melhor caminho para uma “mudança de paradigma”. Disse ainda que é assim que as grandes universidades do mundo (Estados Unidos e Europa) estão inovando na maneira de ensinar e possibilitando uma formação muito mais interdisciplinar desde o início da graduação.

Selo – O Ministério das Comunicações, por meio da empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), lançou, durante a solenidade de abertura da Semana do Geólogo, um selo comemorativo ao Dia do Geólogo/UFOPA. “O selo personalizado Dia do Geólogo passa a fazer parte do acervo iconográfico, bibliográfico e histórico dos Correios, além de poder compor coleções importantes de filatelistas de todo o Brasil”, afirmou o representante do diretor regional dos Correios, Erasmo Carlos da Silva.

A programação da Semana de Geologia segue até o próximo dia 4 de junho, com exposição de minerais, mostra de documentários (Auditório Wilson Fonseca) e tenda ambiental (Parque da Cidade). A programação completa pode ser conferida no endereço eletrônico www.ufopa.edu.br.

Comunicação/UFOPA

31/5/2011