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Expedição IFNOPAP conhece reserva de castanhais em Oriximiná

Uma incursão em áreas desmatadas às margens da PA 254 (estrada do BEC), onde ainda podem ser identificadas castanheiras centenárias, foi a primeira atividade da expedição IFNOPAP, que aportou em Oriximiná, no extremo Oeste do estado, nos dias 18 e 19 de outubro. As árvores estão sendo catalogadas por meio de um projeto desenvolvido pela Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA). A maioria já está com os troncos danificados por causa das constantes queimadas na região.  A equipe também pôde conhecer uma das cachoeiras que estão espalhadas pelo município, localizado às margens do rio Trombetas.

A expedição conheceu também o fenômeno das areias brancas, uma área chamada de “campinarana”, que não é uma campina verdadeira. “Acredita-se que estas áreas foram formadas no período do grande lago, ou seja, na inversão do curso do Rio Amazonas, que – de acordo com estudos geológicos – já teria corrido num sentido contrário ao que conhecemos hoje”, explicou o professor, que também chamou a atenção dos expedicionários para a exploração ilegal dessas áreas, o que vêm sendo feito por empresas que produzem matéria prima para o asfalto e o ramo da construção civil. As áreas de areia branca se estendem de um limite a outro do município de Oriximiná, determinado pelos lagos Caipuru e Iripixi.

Ao longo da estrada há um lixão a céu aberto, e de acordo com o professor Miguel Canto, da Secretaria Municipal de Educação, há várias áreas sendo estudadas para que seja escolhida uma área destinada ao lixo produzido pela população; porém, os estudos indicam uma alta concentração de igarapés e lagos. “A cada três quilômetros, pelo menos, encontramos áreas com igarapés, por isso é muito difícil destinar um local específico para o lixão”. De acordo com o professor, há também na região áreas de savanas naturais, com vegetação de pequeno porte do tipo gramínea, que estão sendo pesquisadas por estudantes do curso de Biologia, do campus de Oriximiná.

No período da tarde ocorreram no campus da UFOPA em Oriximiná as atividades técnico-científicas. Uma breve solenidade de abertura marcou o início das atividades, entre elas a mesa-redonda “Biodiversidade, Povos e Culturas locais”, da qual participaram os professores da UFOPA Myrian Sá Leitão Barboza e Zair Santos. Também foram realizadas oficinas destinadas à comunidade. A Profa. Fátima Matos (CFI/UFOPA) representou a universidade no evento.

Uma mostra de trabalhos que resultaram dos seminários de Integração com a Base Real (IBR) do PARFOR/UFOPA encerrou o primeiro dia da Expedição IFNOPAP em Oriximiná. A parte cultural foi marcada pelo monólogo “Vida Cabocla, Mistura de Gente”, da atriz Annieli Valério.

A expedição “Revisitando Cultura e Biodiversidade entre o Rio e a Floresta: Do Guamá ao Tapajós”, realizada pelas universidades UFPA, UFOPA e UEPA, em comemoração aos 15 anos do programa IFNOPAP-Campus Flutuante e programa Expedições do CFI/UFOPA, saiu de Belém no último dia 13 de outubro, a bordo do catamarã Rondônia, com destino a Santarém, passando por Monte Alegre, Oriximiná, Óbidos e Alenquer, onde desenvolve atividades técnico-científico-culturais, reunindo pesquisadores do Brasil e de várias partes do mundo.

Mais informações na página ifnopap.blogspot.com, pelos endereços eletrônicosufpacampusflutuante@gmail.com e campusflutuante@ufpa.br ou pelo fone: (91) 3201-7629.

Lenne Santos – Comunicação/UFOPA
20/10/2011