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Alenquer é o segundo município em número de alunos no PARFOR

Com 605 alunos integrando 16 turmas do Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (PARFOR), Alenquer é o segundo município da região Oeste do Pará em número de participantes do programa, sob a responsabilidade da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA). A participação de professores da educação básica nos cursos, incluindo educadores que atuam no município de Curuá, só é menor que em Santarém, a cidade polo. Este ano, Alenquer conseguiu formar novas turmas em todos os cinco cursos oferecidos pelo PARFOR na região: Pedagogia e licenciaturas integradas em Letras (Português/Inglês), Matemática/Física, Biologia/Química e Geografia/História.

Uma das calouras é Maria Derli Ferreira Brito, do curso de Biologia/Química. Ela diz estar satisfeita por poder ser universitária pela primeira vez e apenas lamenta ter demorado para alcançar esse objetivo. “Tenho 44 anos e meu sonho era estudar. Ter conseguido participar do PARFOR pela UFOPA foi uma das maiores conquistas da minha vida. Agora é continuar. Ainda que eu fique com nota baixa em algumas disciplinas, não vou desistir do curso. Quero contribuir com a educação no município, fazer a minha parte, fazer o que eu gosto”, contou ela.

Professora há 9 anos, Leumara Nascimento dos Santos está cursando o 3º período do curso de Pedagogia. Para ela, o PARFOR é a oportunidade que faltava para o município. “A gente trabalha há alguns anos na educação e não tem como se aprimorar logo porque é difícil, nossa cidade não tem universidade. O programa é uma realização para nós. Podemos aprimorar nossos conhecimentos, o que nós já sabíamos e o que nós estamos aprendendo, e levar para nossa sala de aula”, disse.

A Profa. Terezinha Pacheco, do Instituto de Ciências da Educação (ICED) da UFOPA, leciona em uma das turmas de Letras. Ela afirma que trabalhar no PARFOR é uma experiência diferente, já que existe uma troca de conhecimentos: “Tem dois aspectos bem positivos: primeiro é a oportunidade que a gente tem de trazer para eles novas metodologias, atualizar o conhecimento e discutir a questão do ensinar; o outro é que nós, professores, também acabamos repensando, reelaborando a nossa forma de dar aulas porque, na verdade, eles já são professores. Quando você fala, eles já sabem muitas coisas, contribuem. Não posso dar uma aula para eles como daria para jovens de 16 anos que estão entrando na universidade”.

Além da falta de uma formação superior, em algumas localidades os professores ainda precisam enfrentar condições adversas de trabalho. Hely de Castro Sena, professor da zona rural de Curuá, trabalha em uma escola com apenas uma sala de aula, e devido à escassez de professores, é responsável por uma classe multisseriada, com alunos do 1º ao 5º ano. “Temos que dar conta de trabalhar com todas as turmas. A maioria dos professores não possui graduação, principalmente na educação infantil. Só agora estamos tendo essa oportunidade, e me sinto privilegiado. Está sendo muito prazeroso, algo totalmente diferente do que a gente aprendeu no magistério. A pedagogia vem mostrar para a gente uma realidade totalmente diferente da que a gente trabalhava antes”, disse ele.

Para a Profa. Andréa Leão, do Centro de Formação Interdisciplinar (CFI) da UFOPA, o fato de o programa de formação do MEC ser oferecido no formato modular não diminui sua relevância. “Por mais que a gente reflita um pouco sobre a qualidade do ensino, por ser intensivo, a oportunidade que essas pessoas do interior estão tendo de uma formação vai ser importante para o futuro da região e para o próprio futuro profissional delas”, disse.

As aulas do PARFOR em Alenquer acontecem na Escola Municipal de Ensino Fundamental Nova Esperança. Nesta quarta-feira, 8, calouros apresentam os Seminários Integradores (SINT), que seguem até dia 11, quando se encerram as aulas do período.

Jussara Kishi – Comunicação/UFOPA

8/8/2012