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Secretário de Ciência e Tecnologia do Pará defende novo modelo de desenvolvimento para a Amazônia

O Secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado do Pará (SECTI), Alex Fiúza de Melo, defendeu uma mudança de foco no que se refere à questão da preservação da Amazônia. “Não podemos defender a Amazônia do ponto de vista apenas da preservação; a Amazônia tem de ser resgatada como sendo o que realmente é: grande celeiro de produção de materiais estratégicos para as necessidades do mundo”. Fiúza foi um dos palestrantes na abertura do “I Seminário Amazônia na Rio+20”, ocorrido em Santarém nos dias 19 e 20 de janeiro. “É necessário levar em conta, também, a inclusão social e a aplicação de conhecimento em bases sustentáveis que sejam capazes de gerar um modelo racional de aproveitamento das nossas riquezas renováveis, isso levando em conta a aplicação de Ciência e Tecnologia”, completou o secretário Alex Fiúza de Melo.

Organizado pela Universid [I Seminário Amazônia na Rio+20 - Foto de Lenne Santos - 20-01-2012] ade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), Universidade Federal do Pará (UFPA), Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) e Universidade do Estado do Pará (UEPA), com o apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), o seminário reuniu representantes de universidades e instituições de pesquisa com sede na Amazônia e instâncias nacionais de fomento ao desenvolvimento da ciência e tecnologia. Entre os debatedores esteve presente o presidente da CAPES, Jorge Almeida Guimarães.

O resultado do I Seminário será um documento com propostas das instituições de Ciência e Tecnologia da Amazônia, a ser apresentado na “Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável de 2012 – Rio+20”, a ser realizada na cidade do Rio de Janeiro em junho deste ano.

A base para as propostas será o documento, já elaborado pela Academia Brasileira de Ciências, intitulado: “Amazônia, Desafio Brasileiro do Século XXI: a necessidade de uma revolução científico-tecnológica”. “Neste documento estão indicados pontos de fundamental importância, alguns grandes desafios, entre eles a criação de universidades como a UFOPA, por exemplo”, afirmou o reitor da UFOPA, José Seixas Lourenço.

Anfitrião do I Seminário, Seixas Lourenço disse que o próximo passo será a consolidação do documento com as propostas debatidas em Santarém. “Estão previstos para acontecer, antes de junho, mais dois seminários que consolidem as propostas que vêm sendo debatidas entre as instituições com sede na Amazônia, com o objetivo de levar à Rio+20 uma proposta que seja o resultado do consenso de governadores, parlamentares, das universidades e da sociedade civil, e que tenha o apoio da comunidade nacional”, concluiu.

O reitor da Universidade Federal do Pará (UFPA), Carlos Edilson Maneschy, ressaltou o caráter estratégico da Amazônia para o Brasil. “Não acredito que haja desenvolvimento seguro, sustentável e que o país possa responder aos grandes problemas nacionais apresentados se não incorporar a Amazônia como um vetor importante e significativo do seu próprio desenvolvimento”.

Para o reitor da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), Sueo Numazawa, as universidades têm um importante papel na melhoria da qualidade de vida da população.  “Temos que elaborar um projeto para a Amazônia. Nosso desafio nas universidades é também o de fazer com que a população da Região Amazônica tenha uma melhoria de vida; ela muitas vezes fica marginalizada pelo distanciamento, de falta de acesso à tecnologia, entre outros”. “A conferência Rio+20 será uma oportunidade de fazer com que nossa voz seja ouvida e que possamos ter um desenvolvimento da nossa região, de forma sustentável”, completou.

Estiveram presentes no seminário representantes de universidades da Região Amazônica, instituições de pesquisa da Amazônia, e de agências de fomento ao desenvolvimento à ciência e à tecnologia, como o vice-presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Ênnio Candotti; o diretor do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (INPA), Antonio Ocimar Manzi; o diretor do Museu Emílio Goeldi, Ulisses Galatti; o diretor de Avaliação da CAPES, Lívio Amaral; o reitor da Universidade Federal de Roraima (UFRR), Roberto Ramos dos Santos; a vice-reitoria da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Maria das Graças da Silv;, além de professores, diretores de institutos e pró-reitores da UFOPA.

HONORIS CAUSA – Ao final da cerimônia foi realizada a solenidade de entrega do primeiro título de Doutor Honoris Causa concedido pela UFOPA, outorgado ao presidente da CAPES, Jorge Almeida Guimarães. A concessão de título de Doutor Honoris Causa é uma das mais importantes comendas dentro de todo o ritual universitário. A prática é adotada há pelo menos oito séculos e reflete a importância das pessoas na vida de todos os envolvidos no ambiente acadêmico.

Jorge Almeida Guimarães preside a CAPES desde 2004. É doutor em Biologia molecul [Outorga do título de Doutor Honoris Causa a Jorge Almeida Guimarães - Foto de Luciana Leal - 20-01-2012] ar pela antiga Escola Paulista de Medicina (atual Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP), com pós-doutorado no National Institute of Health (NHI/EUA). Foi diretor científico do CNPq, diretor nacional e diretor binacional do Centro Brasil Argentina de Biotecnologia, secretário Nacional de Políticas Estratégicas e Desenvolvimento Científico do MCT. Publicou 155 artigos científicos originais, dos quais recebeu mais de 2.100 citações. Orientou 30 mestres e doutores em Química de macromoléculas, toxinas protéicas, farmacologia bioquímica e molecular. Já participou também de diversas comissões de avaliação institucional.

Lenne Santos – Comunicação/UFOPA
23/01/2012