Encontro interdisciplinar estimula iniciação na ciência
Cerca de 1.200 alunos do Centro de Formação Interdisciplinar (CFI) participaram na manhã desta sexta-feira, dia 26, no auditório do Campus Tapajós, do II Encontro Acadêmico do Centro de Formação Interdisciplinar. O evento, que reúne comunicações orais e apresentações de painéis dos alunos que vivenciaram os seminários integradores e o módulo “Interação na Base Real” (IBR), estimula a pesquisa ainda no início da graduação, o que, na visão de pesquisadores, favorece não só a formação de um espírito para a produção da ciência, mas também estreita os laços entre conhecimento científico e sociedade.
Na abertura do evento, a palestra “A universidade e suas relações com a sociedade: pesquisa científica como base para o desenvolvimento econômico, social e ambiental” foi proferida pela Prof. Iracenir Andrade dos Santos, com doutorado em Entomologia pela Universidade Federal de Viçosa, estágio de aperfeiçoamento na Universidade de Michigan e pós-doutorado pela Universidade Federal de Alfenas. “Nosso objetivo foi mostrar um pouco do que se tem de pesquisa no país, o que é a pesquisa científica, quais as agências de fomento de pesquisa existente no Brasil e em outros países, para que esses jovens alunos possam ter a ideia da importância e como desenvolver pesquisas científicas na região”, destaca Iracenir Santos.
De acordo com a diretora do CFI, Fátima Matos, as pesquisas produzidas nos módulos do CFI ultrapassaram os muros da universidade, pois alguns trabalhos de 2011 já foram apresentados em encontros. “Os resultados de iniciação científica já foram apresentados em encontros nacionais e internacionais, e a nossa expectativa é que os resultados deste ano sejam cada vez mais aprimorados e que também sejam apresentados em eventos científicos em todo o país”, afirma Fátima Matos.
A experiência da pesquisa
“A eficiência dos programas de integração social da Penitenciária Agrícola Sílvio Hall de Moura, no município de Santarém” foi uma das pesquisas apresentadas no encontro. Sob a orientação do Prof. Itamar Paulino, a pesquisa investigou se há eficiência nos programas de integração social da penitenciária. “Realizamos a pesquisa em dois momentos: o primeiro foi de busca de referenciais teóricos sobre o que era uma penitenciária e como funciona o sistema penal brasileiro; e o segundo momento foi a pesquisa na própria penitenciária, com 13 detentos, e com o apoio de profissionais como engenheiro, assistente social, pedagogo, professor, o coordenador dos programas e o coronel diretor”, conta Ewerton Wanzeler, membro do grupo de pesquisa. Para ele, a partir do trabalho de campo, alguns estereótipos sobre o sistema penitencial foram desconstruídos. “Chegamos à penitenciária com uma ideia e saímos com outra. Vimos que o que pensamos, aqui fora, não é o que acontece lá dentro, pois o programa de integração da penitenciária de Santarém serve de modelo para outras penitenciárias do país”, considera.
Talita Baena – Comunicação/UFOPA
26/10/2012
