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Especialização em Jornalismo Científico encerra-se com 16 trabalhos

Especialização em Jornalismo Científico encerra-se com 16 trabalhos

Defesa de Milton Corrêa - 23/8/2013

Monografias, reportagens especiais, programas de rádio, livro-reportagem. Toda essa variedade foi o resultado dos estudos de 21 alunos que concluíram o curso de Especialização em Jornalismo Científico da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), no final deste mês de agosto.

Ao todo foram apresentados 16 trabalhos, que, de acordo com o coordenador do curso, Prof. Dr. Manoel Dutra, representam uma nova realidade no interior da Amazônia, fruto de um novo paradigma no qual a região ganha importância; ela passa a ser observada a partir das lentes da ciência, o que torna evidente a prática de um jornalismo apto para lidar com assuntos relacionados ao universo da ciência.  “A nossa região Amazônica vive como objeto de um debate planetário. Cientistas de todas as áreas do conhecimento, das humanas, das ciências da terra, enfim, os rios, a cultura, tudo é pesquisado. Então, a Amazônia é hoje um manancial enorme de fontes, de objeto científico, de procura por conhecimento científico. Dessa forma, há a necessidade de que o jornalista compreenda todo este processo nesse momento. Mas além do jornalista, é necessário que os donos de mídia também tenham a sensibilidade para compreender todo este processo. Enfim, nós jornalistas precisamos ajudar a pensar a Amazônia a partir de um novo tempo, a partir dos parâmetros da ciência”, argumenta.

Um dos trabalhos destacados pelo coordenador foi o de autoria de Ambelino Andrade e Raimundo Neves, sob o título “A interação das mídias sociais no jornalismo esportivo”. O trabalho, segundo o coordenador, observou a dinâmica da crônica esportiva a partir do advento das tecnologias de informação e comunicação. Outro estudo também de destaque foi o trabalho “A sobrevivência dos igarapés na Amazônia paraense: um estudo de caso, o Igarapé Urumari, em Santarém-PA”, de autoria de Milton José Corrêa, jornalista há 33 anos na região. “Este último considerei uma verdadeira aula de como desenvolver uma pauta com noções de meio ambiente e a ciência”, relata.

Jornalistas e cientistas: refletindo sobre as divergências

Outra temática abordada na jornada de defesas foi a compreensão das divergências entre cientistas e jornalistas na divulgação da ciência e tecnologia. A questão foi pesquisada pelas jornalistas Aritana Aguiar e Márcia Reis no trabalho “Jornalistas e cientistas: refletindo as divergências entre as partes sobre a divulgação de ciência e tecnologia em Santarém (Pa)”. Ele retrata a relação entre ambos os profissionais, que para as autoras é uma problemática que o jornalismo científico enfrenta dia a dia.  “A linguagem técnica continua sendo a maior problemática para os jornalistas, algo bastante citado pelos entrevistados. Por outro lado, os cientistas muito reclamam que os profissionais da comunicação não estão preparados para esse tipo de pauta. Apesar das divergências, o nosso entendimento é que há a necessidade de um diálogo e compreensão de ambos os papéis”, conclui a jornalista Aritana Aguiar.

Para o coordenador do curso, o nível dos trabalhos é considerado muito bom. “Esses trabalhos são um acervo que estará disponível para toda a comunidade da UFOPA. Também fica o incentivo para que esses concluintes continuem por si, pois a gente nunca se forma, não existe formatura, só a festa. Acho que essa turma tem boas ferramentas, boas dicas teóricas e práticas para prosseguir, inclusive dialogar, no caso daqueles que trabalham em empresas tradicionais como televisão, jornal, rádio, possam dialogar com os donos das mídias, mostrando a necessidade de pautar esses assuntos. Não fazer pautas científicas, mas pautas jornalísticas em que o assunto científico se torne um assunto jornalístico, agradável, bom e útil para as pessoas”, avalia.

Talita Baena – Comunicação/UFOPA

28/8/2013