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Excursão geológica desperta para a preservação do patrimônio cultural de Santarém

Alunos que cursam a Formação Interdisciplinar II do Instituto de Engenharia e Geociências (IEG) da UFOPA participaram, nesta quarta-feira, 28, da excursão geológica “Patrimônio Histórico e Arquitetônico de Santarém”, coordenada pela Profa. Fernanda Nascimento (UFOPA/IEG). A excursão faz parte do Projeto Roteiros Santarenos: Geologia, História e Turismo (CFI/IEG) e inclui sete pontos históricos do centro da cidade. O início foi a Praça Rodrigues dos Santos, que é considerada o “berço” de Santarém. Foi o local de desembarque do Padre João Felipe Bettendorff, fundador da Missão dos Tapajós, em 22 de junho de 1661; a missão é considerada pelos historiadores o “berço” da cidade de Santarém.

Em seguida, o grupo conheceu curiosidades sobre o Theatro Municipal Victória, inaugurado em 28 de junho de 1896, por causa da teimosia de dois artistas da época, que foi considerado um dos mais modernos do estado, para época. “Esse pássaro preto, bem no meio do telhado, é uma referência aos cordões de pássaros, muito comuns na época”, Monalisa Aguiar, disse a aluna-guia da excursão.

A Praça Monsenhor José Gregório, ou simplesmente Praça da Matriz, também guarda parte da história da cidade. É neste local que estão a “Garapeira Ipiranga”, tradicional local de encontro, e a catedral de Santarém, que guarda forte influência da arquitetura portuguesa. Ao lado da igreja, o Museu de Arte Sacra (Rua Siqueira Campos, 439). Aberto à visitação das 8h às 11h30, de terça a sábado, o local guarda cerca de 300 peças sacras que datam do século XVII. A entrada custa R$3,00.

No interior da catedral, Romario Santos, 18 anos (FI-II/IEG), que pretende cursar Ciências da Computação, verificou, com uma lupa geológica, detalhes do mármore da pia batismal. Pude ver algumas imperfeições no material”, disse ele. “Isso porque os materiais de limpeza são corrosivos e ao longo do tempo vão danificando os materiais”, explica a Profa. Fernanda Nascimento. Para ela, a importância da excursão está em “Mostrar aos alunos o patrimônio histórico e cultural da cidade que está presente nos monumentos, nas obras de arte e na arquitetura da cidade, isso porque, muitos desses monumentos, podem ou não ser formados de rochas ou podem ter amostras de minerais, com isso, vamos contando um pouco da história da cidade e o significado desses minerais”.

Entre os alunos, aqueles que conheceram locais que guardam parte da história da cidade e outros que guiaram os colegas. Foi o caso de Elen Maiara, 26 anos, que é voluntária do projeto desde o ano passado. “Sou do Programa Ciências da Terra e acho muito interessante estudar história de forma mais aprofundada para conhecer melhor a minha cidade”.

A pé, os alunos percorreram as ruas do centro e pararam diante do casario antigo que abriga empreendimentos comerciais, como por exemplo, o Solar dos Brancos que hoje guarda somente a fachada original e tem uma arquitetura que mistura elementos da cultura árabe e portuguesa. Ainda na área central, próximo à Praça do Pescador, o Solar do Barão, uma das mais antigas residências construídas que hoje ainda abriga moradia e ponto comercial.

Antes de chegar ao ponto final da excursão, o grupo encarou os 60 degraus que dão acesso à Praça do Mirante, a antiga Fortaleza que data de 1693 e foi construída para proteger a cidade dos ataques estrangeiros. É um local privilegiado para apreciar o encontro das águas dos rios Tapajós e Amazonas, na orla da cidade.

O centro Cultural João Fona, inaugurado, em 1868, foi a última parada da excursão. Momento de conhecer o acervo, que contém artefatos arqueológicos tapajônicos, entre outros objetos como móveis e também documentos que contam boa parte da história de Santarém. A próxima excursão geológica está prevista para ocorrer em junho, na ocasião do aniversário da cidade.

Texto e fotos: Lenne Santos - Comunicação/UFOPA

27/3/2013