O cenário da pesquisa na Amazônia é tema de mesa-redonda no VII SBOE
“A situação atual da pesquisa, desenvolvimento e inovação na Amazônia” foi o tema abordado na mesa-redonda do segundo dia do VII Simpósio Brasileiro de Óleos Essenciais (SBOE), que acontece na Universidade Federal do Oeste do Pará, em Santarém (PA) até o próximo dia 18. A mesa foi mediada pelo Prof. Dr. Afrânio Aragão Craveiro, diretor-presidente do Parque de Desenvolvimento Tecnológico da Universidade Federal do Ceará (PADETEC), e teve participação do Prof. Dr. Marcos Ximenes Ponte, pró-reitor de Pesquisa, Pós-graduação e Inovação Tecnológica da UFOPA, do Prof. Dr. Alberto Arruda, secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação do Pará, e do Prof. Dr. Odenildo Teixeira, secretário de Ciência e Tecnologia do Estado do Amazonas.
O Prof. Ximenes Ponte falou a evolução do sistema de tecnologia e inovação que da Amazônia que, segundo ele, foi formado de maneira desordenada. Até a criação da Universidade Federal do Pará (UFPA), em 1957, o que havia no Pará eram faculdades isoladas. Segundo o professor, na década de 70 e, principalmente, nas décadas de 80 e 90, as universidades da região atravessaram um período de extrema carência de recursos, ao passo que, neste mesmo período, acontecia a formação intensa de pessoal. Apenas após essa fase, relatou o pró-reitor, o Governo Federal voltou a investir em educação pública e houve um amadurecimento do setor produtivo.
“O Brasil já teve Ministério da Educação junto com Agronomia. Na universidade, se fazia apenas ensino. Hoje, os avanços nos fazem compartilhar as políticas de ciência, tecnologia e inovação com o Estado e podemos, nas nossas universidades, fazer reflexões porque nós temos ensino e pesquisa e nos preocupamos com inovação, fazendo parte de uma mesma matriz”. Em 1986, a Amazônia tinha um total de 234 doutores. “Hoje, 145 doutores é o que tem somente a UFOPA, essa universidade que tem 4 anos”, disse Ximenes. Apesar da evolução, ele destacou a desigualdade da região Norte na área de CT&I em relação a outras regiões, bem como a desigualdade existente dentro da própria região. Pará e Amazonas, juntos, detêm 81% dos programas de pós-graduação do Norte, e estes estão concentrados nas capitais.
O Prof. Alberto Arruda apresentou um panorama atual da CT&I no Brasil, evidenciando a posição do país no mundo e a posição da região neste cenário. Em termos de investimentos da Capes, somente o estado de Minas Gerais, por exemplo, recebe mais que os recursos somados de toda a região Norte. O Secretário falou sobre os programas do do Governo do Pará para o setor, entre eles os PCTs. “O Pará é, por enquanto, o primeiro estado da Amazônia a ter um parque já implantado, que é em Belém, e dois em andamento, em Santarém e Marabá”, afirmou.
Já o Secretário de Ciência e Tecnologia do Amazonas focou sua apresentação nas perspectivas para a CT&I nos próximos anos. Segundo ele, três fatores indicam o bom momento para a Amazônia: as fundações estaduais de pesquisa criadas em quase todos os estados da região Norte, com exceção de Roraima; a tramitação no Congresso Nacional de um código para a área de CT&I; e a realização, no próximo mês de novembro, de um Fórum Nacional em Rio Branco (AC), quando deverá ser entregue ao Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) um Plano de Ação em CT&I para a Amazônia para os próximos 20 anos, proposta esta de iniciativa de secretário e presidentes de fundações da região.
“Planos para a Amazônia, sempre houve muitos, mas nenhum de iniciativa de amazônidas. Sempre foram feitos fora, sem consultas. Nós discutimos, apresentamos a ideia ao ministro e negociamos um financiamento para a montagem do plano. Então ele é absolutamente inédito, na sua vertente de construção. Agora nós temos base para fazer uma revolução na área de C&T na Amazônia e acho que nós estamos com a estrada pronta para fazer essa revolução”, disse o Prof. Odenildo Teixeira.
A programação completa e mais informações sobre o VII SBOE estão disponíveis em: www.sboe.net.br.
Jussara Kishi – Comunicação/UFOPA
17/10/2013
