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Ecologia tropical: cooperação e contribuição da ciência para o desenvolvimento

A sessão "Desenvolvimento regional e economia", que ocorreu durante o 6º Simpósio Brasil-Alemanha, na UFOPA, em Santarém, discutiu investimentos e recursos naturais e os 25 anos de cooperação científica entre Brasil e Alemanha.

Durante a sessão, o professor e pesquisador Gerd Kohlheep, da Universidade de Tübingen, destacou a história de cooperação científica entre os dois países no âmbito da ecologia tropical, do impacto humano nas florestas tropicais e do desenvolvimento sustentável regional nos últimos 25 anos, além de ressaltar a importância do Brasil dentre os países da América Latina. “Acredito que a cooperação entre Brasil e Alemanha sempre foi a mais importante dentre os países dos trópicos”, avalia Kohlheep, lembrando que, em 1989, representantes dos dois países se reuniram para discutir os termos de cooperação, que teve inicialmente a seguinte preocupação: O que podemos fazer para reduzir a grande porcentagem do desmatamento na Amazônia?

De acordo com o pesquisador, havia estratégias políticas, contudo a ciência também tinha o dever de pensar quais seriam os programas e projetos específicos que poderiam propor alternativas para conter o desmatamento na Amazônia. “Uma combinação de estratégias políticas e científicas levaram à seguinte investigação: Quais os motivos do desmatamento? Porque ninguém devasta a floresta sem um motivo. E dentre os problemas observados, estão: por necessidade básica ou por uma concepção errada de desenvolvimento”, explica.

Indústria energética

Um estudo sobre as habilidades profissionais exigidas na indústria energética na Alemanha foi apresentado pelo Prof. Fritz Klauser, da Universidade de Leipzig, também da Alemanha. De acordo com Klauser, o perfil almejado pelo setor energético é o de um profissional que interage com outras áreas, além da sua específica. “Espera-se um profissional com competências sociais para atuar em conflitos, pois, atualmente, a gestão de risco vai muito além do risco econômico”, ressalta. A Cargill, empresa que produz alimentos derivados de soja, atuante em Santarém, também participou da sessão, apresentando o histórico da empresa na região e como a mesma vem atuando junto aos produtores que trabalham com a soja, que por ser genética, é uma atividade de monocultura.

Para a professora Dra. Neusa Pressler, da Universidade da Amazônia, que participa do simpósio, a discussão a respeito da cooperação é oportuna, tendo em vista que são vários os incentivos do país europeu no Brasil. “Desde PPG7, lançado em 1995, a Alemanha sempre teve interesse pelas questões ambientais no Brasil. Houve momentos em que estes investimentos migraram para a Ásia e Leste Europeu; porém, em especial no programa Ciências Sem Fronteiras, nas parcerias entre universidades, como a de Leipzig, que é uma grande possibilidade de atuação de profissionais brasileiros em serviços relacionados à área ambiental, essas parcerias estão sendo retomadas, até porque, depois de Frankfurt, a cidade de São Paulo é a cidade onde mais há empresas alemãs”, avalia.

Talita Baena – Comunicação/UFOPA

2/10/2013