Sensoriamento remoto: dados da Nasa são apresentados na UFOPA
Uma nova técnica de sensoriamento remoto, a Lidar, que faz um tipo de escaneamento gerando imagens em várias dimensões dos ecossistemas terrestres, e outros dados de pesquisas da Nasa (National Aeronautics and Space Administration – Administração Nacional da Aeronáutica e do Espaço), foram apresentados por Douglas Morton, pesquisador da agência espacial americana, aos estudantes de graduação e pós-graduação da UFOPA, na manhã desta terça-feira, dia 5, no auditório do Câmpus Tapajós, em Santarém. Atualmente, segundo o pesquisador, a Nasa é uma das instituições de ponta em sensoriamento remoto, com 20 satélites monitorando ecossistemas do mundo inteiro.
A nova técnica, que já vem sendo utilizada no monitoramento de áreas de desmatamento e de queimadas da região do Cerrado e da Amazônia por pesquisadores americanos, será utilizada por Douglas Morton, em pesquisas que serão realizadas na região de Santarém, Belterra e Flona do Tapajós. “Eu uso dados de satélites para entender melhor o ciclo de carbono e as mudanças na cobertura vegetal da terra. O clima da Amazônia influencia o mundo inteiro, um exemplo é o ciclo de chuva que começa aqui, mas tem influência nas chuvas do sul do Brasil e também influência no clima do hemisfério norte, na ocorrência de furacões na bacia Atlântica. Então é importante ter o entendimento em 3D de toda a floresta”, explica o pesquisador americano.
Para Wilderley Machado, doutorando do Programa de Pós-Graduação em Sociedade, Natureza e Desenvolvimento da UFOPA, como a região amazônica é um mosaico de sistemas complexos, a palestra foi uma oportunidade ímpar para estudantes de todos os níveis. “A Nasa é uma boa referência mundial; seus dados, resultados são úteis a diversos relatórios, sobretudo sobre mudanças climáticas e ambientais e, de certa forma, sendo ele um pesquisador da Nasa, tornam-se mais robustos os resultados”, considera.
De acordo com o Prof. Dr. José Mauro Sousa de Moura, que ministra a disciplina Estudos Integrativos da Amazônia (EIA), no Centro de Formação Interdisciplinar (CFI) da UFOPA, as mudanças sofridas pelos ecossistemas amazônicos são um assunto muito abordado durante a disciplina; no entanto, não há tempo para mostrar como e com que ferramentas esses estudos são realizados. “Uma das ferramentas para estudar essas mudanças é o sensoriamento remoto, e como a Amazônia é uma região gigantesca, que vem sofrendo com as mudanças dos ecossistemas, torna-se impossível observar todas essas mudanças in loco; então usamos o sensoriamento remoto, tentando observar quais os eventos das mudanças no comportamento da floresta. Eu acredito que o Douglas conseguiu mostrar para os nossos alunos como a técnica tem sido utilizada em suas pesquisas”, acredita.
Talita Baena – Comunicação/UFOPA
5/8/2014