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ICS promove I Mostra de Trabalhos Acadêmicos

Os estudantes do Instituto de Ciências da Sociedade (ICS) participam nesta sexta-feira, 5, da I Mostra de Trabalhos Acadêmicos daquele instituto. Sob a coordenação da Profa. Amasa Ferreira, 55 trabalhos serão apresentados ao logo de todo o dia, no saguão do 2º andar do Câmpus Amazônia.

Durante a manhã, além de palestra e de dança/performance do filme Frozen, realizada por Aracéli Nascimento e Airton Matheus, do grupo Música e Arte da Universidade do Estado do Pará (UEPA), alguns desses trabalhos foram exibidos em formato de pôsteres, produzidos pelos estudantes da UFOPA e do Instituto Esperança de Ensino Superior (Iespes). “Os impactos causados por empreendimentos em áreas de patrimônio arqueológico em Santarém”; “A inserção do indígena na UFOPA”; e a “A busca pela história dos Wai Wai”, etnia indígena localizada em regiões dos estados do Amazonas, Pará e Roraima, foram alguns dos temas apresentados durante a sessão de pôsteres.

Partindo do conceito de indialidade, a questão em torno do reconhecimento da etnia borari e da acusação de manipulação identitária foi abordada por um grupo de estudantes, que, sob a orientação da Prof. Amasa Carvalho, pesquisou a história desse povo em fontes bibliográficas e também em narrativas orais dos que se dizem índios boraris.

“O nosso projeto teve como objetivo trazer à tona esse conflito existente entre pesquisadores antropólogos e a população local. Isso porque, recentemente, houve frequentes acusações de manipulação identitária; então nós decidimos, primeiro, conhecer a história, porque não se pode falar sem conhecer a história. E a partir de relatos da população local e de registro de Mendonça Furtado, chegamos à conclusão que não se pode falar sem conhecer a história, e o que ocorreu com muitos foi que eles não buscaram conhecer a história do povo”, explica Hortência Rocha, estudante do curso de Antropologia.

Tirar da invisibilidade a história e a cultura dos povos que resistiram às mais diversas estratégias de ocupação do território colonial, como o aldeamento e catequese, é a importância de trabalhos como esse, avalia Florêncio Vaz, pesquisador e professor da UFOPA. “A grande importância desse trabalho é dar voz, é escutar os próprios que se dizem indígenas. Normalmente, juízes, especialistas, políticos, governantes, comunicadores, dizem que esse povo não é indígena, ou não é negro, não é quilombola. Mas o que eles não fazem é ir até onde essas comunidades vivem, moram. Escutar qual é a história que essas pessoas contam sobre eles mesmos, qual é a trajetória que eles têm, qual é o sentido que eles dão à existência e a identidade deles. Então eu vejo que esses estudantes, jovens que estão iniciando na ciência, fazendo esse caminho, eles estão dando uma mensagem para essas pessoas que se deixam guiar pelo preconceito, pela desinformação, o que está sendo muito ruim aqui na nossa região do baixo Tapajós”, acredita.

Serviço: A I Mostra de Trabalhos Acadêmicos do ICS continua durante todo o dia. Confira aqui a programação completa.

Talita Baena – Comunicação/UFOPA

5/12/2014

 

 

Fotos: Talita Baena, 5/12/2014