Jornalistas e cientistas: o diálogo possível
De um lado, os cientistas. De outro, os jornalistas. Nem sempre uma convivência pacífica. O alerta foi do pró-reitor de Pós-Graduação, Pesquisa e Inovação Tecnológica (PROPPIT), Prof. Sérgio Melo, durante a solenidade de entrega dos certificados da primeira turma de pós-graduados em Jornalismo Científico da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), ocorrida no sábado, 29 de novembro, no auditório do Câmpus Tapajós.
Em seu breve pronunciamento, falou da dificuldade de alguns jornalistas em decodificar as “falas” de cientistas. “Em muitos lugares pelos quais passei ouvi pesquisadores reclamarem de que, muitas vezes, o que declaram aos jornalistas é publicado de forma diferente, às vezes até distorcida”.
Para o vice-reitor da UFOPA, Prof. Dr. Anselmo Colares, um dos professores do curso e que também já atuou na área da comunicação, os jornalistas, a exemplo de outros profissionais, necessitam aprimorar-se, ou seja, “estar em permanente formação”. “Quanto mais o jornalista melhorar a sua condição, mais resultado poderá dar à sociedade”.
O Curso de Jornalismo Científico foi ofertado pela UFOPA em parceria com a Universidade Federal do Pará (UFPA). Coordenado pelo professor (UFPA) e jornalista Manuel Dutra, foi realizado no período de junho de 2011 a novembro de 2013. Em mensagem enviada à turma e lida pelo aluno João Georgios Ninos, Dutra alertou: “Não fiquem pelo caminho, não se contentem com pouco, permaneçam inquietos e inconformados com o conhecimento que já adquiriram. O pouco será sempre pouco, e o muito, quando falamos de conhecimento, será sempre pouco também”.
Dos 25 alunos aprovados na seleção, 22 foram certificados neste sábado. A maioria já atua em veículos de comunicação, em Santarém. É o caso da jornalista Aritana Aguiar, correspondente do caderno da região Oeste, do jornal Diário do Pará. “Meu trabalho de conclusão de curso (TCC) foi nessa área. Desde a faculdade, já sonhava em cursar especialização em Jornalismo Científico”. No curso, a jornalista elaborou pesquisa, junto com a colega Márcia Reis, com o tema: “Jornalistas e cientistas: compreendendo as divergências”.
Entre os resultados do curso está a publicação, em 18 de abril de 2013, do e-book intitulado “Jornalismo Científico e Pesquisa na Amazônia”, organizado pelos professores Manuel Dutra (UFPA) e Samuel Lima (UNB). O livro pode ser baixado no endereço eletrônico http://goo.gl/B69XBw.
A reitora da UFOPA e também jornalista, Prof. Dra. Raimunda Monteiro, parabenizou a todos “por estarem mais preparados para lidar com as questões relativas à realidade da Amazônia”. Em seu pronunciamento, reafirmou o compromisso da UFOPA com a formação em nível de pós-graduação. “Em 2015, vamos debater a oferta de cursos de pós-graduação em nossa universidade e a ideia é ampliar cada vez mais essa oferta”.
Com essa afirmação, a reitora encerrou a solenidade de certificação dos primeiros jornalistas pós-graduados em Jornalismo Científico formados na Amazônia pela Universidade Federal do Oeste do Pará, criada há cinco anos e com atividades acadêmicas em Santarém e mais seis cidades da região Oeste do Pará: Alenquer, Itaituba, Monte Alegre, Óbidos, Oriximiná e Juruti.
Lenne Santos – Comunicação/UFOPA
3/12/2014
Fotos: Lenne Santos