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Mestrado Profissional de Letras é instalado na UFOPA

Na aula inaugural, o professor Percival Britto promoveu a reflexão sobre o ensino da língua

Dia 20 de novembro de 2014, a Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA) deu início às atividades do Mestrado Profissional de Letras (Profletras). A primeira turma do Programa, formada por quinze professores que atuam em escolas públicas do Oeste do Pará, participou da cerimônia de instalação no Miniauditório do Câmpus Rondon na noite de quinta-feira.

À cerimônia estiveram presentes o vice-reitor Anselmo Colares; a representante da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação e Inovação Tecnológica (PROPPIT), Delaine Sampaio; o coordenador do Profletras, Luiz Percival Britto; o diretor do Instituto de Ciências da Educação (ICED), Edilan Quaresma; o coordenador do curso de Letras, Leonel Mota; e o representante da 5ª Unidade Regional de Educação, Alcindo Pinho.

“Evidentemente, nós precisamos ampliar a pós-graduação. Isso representa a possibilidade da construção de uma massa pensante, crítica, uma liderança intelectual na região muito importante. O professor que sair daqui não vai ser só um professor qualificado, ele vai cumprir um papel de liderança muito importante, vai formar outras pessoas”, destacou Percival Britto.

O Profletras é desenvolvido em uma rede nacional, formada por 34 universidades públicas, e coordenado pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Essa é a primeira edição da qual a UFOPA participa. 185 candidatos concorreram para o preenchimento das 15 vagas. Todos recebem bolsas de estudo.

A área de concentração do Programa é “Linguagens de Letramento” e há duas linhas de pesquisa: “Teorias da Linguagem e do Ensino” e “Leitura e Produção Textual: diversidade social e práticas docentes”. Com duração de dois anos, terá aulas presenciais concentradas em dois dias durante a semana para facilitar a participação dos professores. O primeiro módulo será ofertado em dezembro de 2014.

Ensino da língua – Percival Britto iniciou as discussões do programa com a palestra “As letras de quem? O que se ensina e o que se aprende nas aulas de português”. Para ele, a principal questão a ser levantada pelos professores de português é o que se ensina nas aulas. A pergunta, aparentemente óbvia, problematiza o fato de a norma padrão ser o elemento central do aprendizado.

“A língua as pessoas já falam. Ao professor não cabe ensinar o 'certo' da língua”, afirmou. O professor parte do princípio dialético de que o aprendizado da língua está diretamente relacionado com o aprendizado do mundo. As múltiplas dimensões da língua permitiriam a expansão de diferentes formas de pensar, ver e perceber o que está à volta.

Segundo o professor, não se pode ensinar apenas a gramática, desvinculando o português dos processos sociais e históricos. Para ele, a língua é mutável e reflete as relações de dominação na sociedade: “É na tensão linguística que tem que se aprender porque a língua é um produto da construção histórica, mas está em constante processo de construção”.

A reflexão que ele deixa aos novos mestrandos é a de como levar o debate sobre o ensino de português à escola, indagando o objeto de aprendizado e as maneiras de ensinar.

Luena Barros – Comunicação/UFOPA

24/11/2014

 

 

Fotos: Luena Barros