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Acompanhamento pedagógico de alunos indígenas é tema de reunião

Propostas para auxiliar a aprendizagem de estudantes indígenas da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA) foram discutidas na tarde do dia 30 de outubro, em reunião convocada pela Diretoria de Ações Afirmativas, vinculada à Pró-Reitoria de Gestão Estudantil (PROGES). Na ocasião, foi anunciada a publicação do edital para a Monitoria de Aprendizagem nos próximos dias para acompanhar alunos reprovados ou em risco de reprovação.

O primeiro edital da Monitoria de Aprendizagem disponibilizará cerca de 200 vagas para monitoria de disciplinas em que há riscos de reprovação, segundo levantamento realizado nos institutos. As monitorias serão realizadas três vezes por semana, nos meses de novembro e dezembro. Poderão se inscrever os alunos que participam do Programa Permanência e os selecionados receberão o auxílio complementar de R$100,00.

A Monitoria será para todos os estudantes, indígenas e não indígenas. A partir de 2015, ela será ofertada a cada semestre letivo para que os alunos tenham acompanhamento desde o início do curso.

Segundo o diretor de Ações Afirmativas, Florêncio Vaz, o objetivo neste momento é levantar as demandas junto aos estudantes indígenas para ajustar esse e outros programas às especificidades que forem exigidas. “Temos realizado uma série de eventos, palestras, minicursos voltado para os indígenas porque eles se ressentem dessa desigualdade de informações. Promovemos esses eventos para que eles tenham elementos para superar essas dificuldades”, destacou Florêncio.

Além disso, o diretor afirmou que é preciso que toda a Universidade se conscientize sobre as políticas de ações afirmativas: “Vamos fazer ainda uma política de sensibilização com toda a comunidade acadêmica, técnicos, professores, estudantes, sobre as ações afirmativas na UFOPA”.

Demandas - As principais queixas levantadas pelos alunos foram as dificuldades com a língua portuguesa, com o uso de computadores e na compreensão de conhecimentos específicos. Além da barreira linguística, os indígenas precisam compreender palavras e conceitos que não existem em sua cultura. Segundo os discentes, seria necessário um acompanhamento mais próximo, com outros indígenas ou pessoas que tenham contato com suas culturas para que o aprendizado fosse facilitado.

“Quando universitários [indígenas] entram aqui na UFOPA, eles acham muito difícil. Eles nunca viram a Universidade e têm muita dificuldade em entender como a gente estuda, quais são os estudos”, afirma o estudante de Antropologia Walter Powci Wai Wai.

Para o coordenador de Cidadania e Promoção da Igualdade Étnico-Racial da UFOPA, Mike Vieira, uma maneira de superar essas dificuldades é o constante diálogo com os alunos. “Um ponto fundamental na nossa tarefa é essa interação com os estudantes. Só vamos conseguir a permanência desses estudantes, garantir que essa relação instituição-aluno, ensino-aprendizagem melhore, se tivermos essa participação constantemente. É uma via de mão dupla”, conclui.

Atualmente, 190 indígenas estudam na UFOPA. Em 2015, mais 65 devem ingressar na Universidade através do Processo Seletivo Especial.

Comunicação/UFOPA

30/10/2014