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Palestra abordou a pós-graduação em Educação na Amazônia

Palestra abordou a pós-graduação em Educação na Amazônia

Profa. Tania Brasileiro - Foto: Luena Barros, 16/10/2014

A professora Tania Brasileiro, da UFOPA, fez uma análise crítica das políticas educacionais adotadas no País

Qual a prioridade dada à formação de professores no país? A coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Educação da UFOPA, Tania Brasileiro, falou sobre as assimetrias existentes nas políticas educacionais e de ciência e tecnologia na área da Educação na palestra “A pós-graduação em Educação no Oeste do Pará”, dia 16 de outubro de 2014. O evento ocorreu durante o II Seminário de Iniciação à Docência e o I Seminário de Formação de Professores na terceira edição da Jornada Acadêmica da UFOPA.

“É uma grande luta por querer consolidar a área de educação não só na nossa região, mas no nosso país”, afirmou a professora. Até hoje, a concentração dos programas permanece no eixo Centro-Sul. Há na região Norte apenas dois doutorados e 10 mestrados. Segundo a professora, a pouca oferta de cursos sustenta a dependência em conseguir titulação na região.

Em números gerais, dados do CNPq apontam que a região Norte recebe apenas 4% dos recursos de ciência e tecnologia e abriga 5% dos programas de pós-graduação existentes no Brasil. “O nosso país em 2011 tinha mais de 4 mil cursos de pós-graduação e era considerado o 14º em produção científica no mundo. E aí eu pergunto: qual a contribuição da Amazônia nesse cenário?”, questiona Tania Brasileiro.

Outro ponto destacado pela professora refere-se à priorização do bioma Amazônia nas pesquisas, o que, segundo ela, impede a formulação de políticas públicas condizentes com a realidade da região: “As questões ambientais não devem ser as únicas preocupações da maior floresta tropical do mundo; (…) pouco se conhece sobre suas questões sociais, em especial, sua educação”.

Em sua palestra, afirmou que a região Amazônica enfrenta diversas questões que interferem na educação e que merecem ser investigadas: analfabetismo, acesso à escola, comunicação, trabalho infantil, planejamento escolar e fiscalização do ensino. Um dos dados alarmantes apresentados mostra que cerca de 160 mil crianças e jovens amazônicos entre 7 e 14 anos estão fora da escola, de acordo com a UNICEF.

Formação do formador – Tania Brasileiro avalia criticamente a pós-graduação na área de Educação, questionando quais programas efetivamente se preocupam com a formação docente. Para ela, o eixo da formação não deve ser voltado só para a pesquisa, mas para a docência. A participação em eventos, grupos de pesquisa e de discussões também ajudam na preparação para o ensino, em especial, aos futuros professores que estão na graduação.

Programas – Em funcionamento desde 2013, o Mestrado em Educação da UFOPA concentra duas linhas de pesquisa: “História, Política e Gestão Educacional na Amazônia” e “Práticas Educativas, Linguagens e Tecnologias”. O curso é voltado para a formação docente com ênfase no contexto amazônico e oferta 25 vagas anuais.

A UFOPA também oferta dois mestrados profissionais, em rede, no ensino de Letras e de Matemática e Ciências, o Profletras e o Profmat. O Profgestão, voltado para a Gestão Educacional, está em fase de avaliação para ser implementado.

Luena Barros – Comunicação/UFOPA

20/10/14

 

 


Fotos: Luena Barros, 16/10/2014