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Inclusão: mudando representações na educação especial

Inclusão: mudando representações na educação especial

Educação Especial: reunião com pais - Foto: Acervo do Projeto.

Projeto de pesquisa faz intercâmbios com UFSM e discute a identidade e diferença na educação inclusiva

Refletir sobre as representações sociais das pessoas com deficiência na educação especial. Este é o objetivo do Grupo de Pesquisa em Educação Especial e Processos Inclusivos (GPEEPI), que desenvolve o projeto de pesquisa “Intercâmbios entre UFSM e UFOPA: problematizando conceitos de diferença, identidade e cultura na educação especial e educação inclusiva”, coordenado pela professora pesquisadora Daiane Pinheiro. A necessidade de informação por parte do público da educação especial, que são as pessoas com deficiência, altas habilidades/superdotação e as pessoas com transtornos globais do desenvolvimento (TGDs), levou o grupo a promover um encontro com pais de alunos com necessidades educacionais especiais matriculados na rede de ensino e em centros de atendimento educacional especializado de Santarém e região.

Segundo a pesquisadora, uma das questões fundamentais na educação especial é “como você pensa, como você representa uma pessoa com necessidade educacional especial? A primeira coisa é a ideia relacionada à deficiência, ou seja, quando você olha para uma pessoa, a primeira coisa que você percebe é uma pessoa com deficiência e não que é uma pessoa que está aqui na universidade, que está se movimentando na universidade, que é um ótimo aluno, você logo pensa – ele é cego”, argumenta.

Mas os primeiros passos para a mudança dessa representação das pessoas com deficiência dentro da UFOPA já começam a ser dados pelo grupo, que, a partir do projeto de pesquisa, possibilitou a interação dos bolsistas do projeto com educadores da UFSM, quando em 2014 fizeram uma imersão na educação especial da Federal de Santa Maria. “Aqui ainda temos muito a avançar. Diferente de uma universidade em que há um curso de Educação Especial como a UFSM, e essas representações já são reconstruídas, desde o início do curso. Inclusive os próprios termos científicos, como excepcionais, portadores, termos que em um determinado momento foram utilizados, mas hoje não são mais”, disse.

Desafios da educação inclusiva

A falta de informação e de fonte de informação ainda é o maior entrave para a inclusão de pessoas com necessidades especiais na educação. Por isso, conta a pesquisadora, o projeto de pesquisa deverá, em breve, ser registrado no campo da extensão, na intenção de promover encontros e estabelecer relações entre universidade e sociedade. “Por meio de resultados do projeto de pesquisa, já venho escrevendo e publicando alguns artigos, problematizando o tema na região, e com o tempo isso chamou atenção da comunidade externa. Procuro divulgar o projeto, falando da necessidade de constituir novas representações sobre as pessoas com necessidades educacionais especiais, rejeitando o olhar da falta, que muitas vezes registra nesses sujeitos uma identidade anormal. Os estudos feitos no GPEEPI são calcados na esteira dos Estudos Culturais em Educação, que nos ajudam a pensar a diferença deslocada da deficiência", informa.

Contando com apoio de bolsistas e demais pesquisadores vinculados ao GPEEPI, em especial de Kellen Garcia, intérprete de Libras, outros encontros com a comunidade de pais de alunos da educação especial devem ocorrer durante o mês de fevereiro.

Talita Baena – Comunicação/UFOPA

29/1/2015

Reunião com pais no âmbito do Projeto Educação Especial - Foto: Acervo do Projeto.