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Aluna da Ufopa que pesquisa o piquiá conquista vaga em curso do Inpa

Aluna da Ufopa que pesquisa o piquiá conquista vaga em curso do Inpa

Foto: Acervo Pessoal

Aluna do 7º semestre do bacharelado em Ciências Biológicas da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), a jovem Juliana Lima Maia prepara-se para participar do curso de "Atributos Funcionais de Plantas", que será realizado em julho deste ano, na cidade de Manaus (AM). O curso, fruto de uma parceria do Programa Ciência sem Fronteiras, será promovido pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e Universidade de Wageningen, da Holanda.

“Das 20 vagas ofertadas, apenas cinco eram para estudantes de graduação, as outras eram para alunos de pós-graduação. No total, a Juliana concorreu com mais de 60 alunos de todo o Brasil. Estamos muito orgulhosos de ela ter sido selecionada porque é uma aluna que tem demonstrado excelente desempenho acadêmico e nas atividades de iniciação científica”, destaca o professor do Laboratório de Fisiologia e Crescimento Vegetal da Ufopa, Élcio Meira da Fonseca Junior, orientador de Juliana no projeto “Estudo para conservação de Caryocar villosum (Aubl.) Pers., o piquiá, árvore típica da floresta Amazônica.

A pesquisa sobre o piquiá vem sendo desenvolvida há dois anos na Floresta Nacional (Flona) do Tapajós. “Iniciamos o trabalho na comunidade Vila Nova, região do Eixo Forte, na rodovia Fernando Guilhon, em Santarém. Depois passamos a trabalhar com indivíduos de piquiá existentes na Flona”, explica Juliana. A Floresta Nacional foi escolhida como área de estudo justamente por conta da grande quantidade de árvores de piquiá presentes na região. “Tanto que, por esse motivo, lá existe uma comunidade chamada Piquiatuba”, acrescenta o docente Élcio.

Eles têm feito acompanhamento fenológico da espécie, estudando eventos repetitivos na planta, como floração, frutificação, dispersão dos frutos e a relação com o clima. Associado a isso, a equipe tem desenvolvido estudos sobre germinação, desenvolvendo métodos para acelerar a germinação das sementes, usando reguladores de crescimento e escarificação. “Essa espécie apresenta dormência, que é uma característica própria do piquiá. A dormência é uma condição em que sementes viáveis não germinam prontamente apesar de lhes serem fornecidas as condições ambientais adequadas, como água e temperatura conveniente.  É, portanto, uma estratégia da planta para sobreviver às condições adversas, germinando na época apropriada ao seu desenvolvimento” explica o docente.

O trabalho para acelerar o processo de germinação vem dando bons resultados e tem papel fundamental na conservação da espécie, já que os pesquisadores observaram que a germinação natural na região da Flona ocorre com dificuldade. “Não encontramos plantas pequenas, apenas árvores grandes, indivíduos adultos. Aparentemente, a regeneração não está ocorrendo na natureza. Por isso o trabalho de germinação é tão importante”, enfatiza Juliana.

Juliana é bolsista de iniciação científica desde o segundo semestre do curso de Ciências Biológicas. Iniciou através do Programa Jovens Talentos da Ciência e, posteriormente, foi selecionada para o Pibic/Ufopa, programa ao qual permanece vinculada até hoje. Com apenas 20 anos, a jovem acredita que o seu envolvimento com a pesquisa foi fundamental para garantir uma das vagas no curso em Manaus. “É uma grande oportunidade ir para o Inpa, que é um dos institutos mais importantes da Amazônia. Vou poder conhecer outros professores que trabalham na minha área e encontrar alunos do exterior, então tem essa troca de experiências. Minha expectativa é trazer conhecimentos novos para o meu curso”, ressalta a estudante.

Para o orientador de Juliana, os novos conhecimentos serão importantes não só para a formação acadêmica da aluna, mas também para o projeto sobre o piquiá, especialmente no que tange aos diferentes aspectos da medição e análise de características funcionais da planta. “Além disso, há a possibilidade de novas parcerias com grupos não só do Inpa, mas também do exterior”, avalia Élcio.

Renata Dantas - Comunicação/Ufopa

21/5/2015

Juliana Maia durante pesquisa de campo sobre o piquiá na Flona Tapajós. Foto: Acervo Pessoal.