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Crise do capitalismo é tema da Aula Magna de 2015

Crise do capitalismo é tema da Aula Magna de 2015

Cassiolato ministrou a Aula Magna aos calouros de 2015 - Foto: Luena Barros.

Mais de 600 calouros da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) participaram da Aula Magna na noite de ontem, 5, no Auditório Tapajós. Os recém-chegados assistiram à palestra do professor José Eduardo Cassiolato, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com o tema “A crise atual do capitalismo e os desafios para o Brasil”.

Na ocasião, também conheceram um pouco sobre o trabalho realizado pelas Pró-Reitorias de Ensino de Graduação (Proen), Gestão Estudantil (Proges) e Comunidade, Cultura e Extensão (Procce) e as atividades do Diretório Central dos Estudantes (DCE) e do Diretório Acadêmico Indígena (DAIN).

A reitora Raimunda Monteiro deu as boas-vindas aos novos alunos e destacou o momento de construção da Ufopa em seus 5 anos de existência, reforçando a importância da participação de todos nesse processo: “As reflexões sobre o nosso papel, os nossos percursos acadêmicos, o fortalecimento institucional da Ufopa vão se dar e vocês vão participar delas nos próximos anos”.

Durante o evento, os calouros receberam o kit Ufopa 5 anos, elaborado pelo programa de sensibilização ambiental “Todos pela sustentabilidade”, coordenado pela Diretoria de Meio Ambiente (DMA) em parceria com a Coordenação de Comunicação, a ser executado a partir de 2015. O vice-reitor Anselmo Colares reforçou a necessidade do apoio de todos no esforço de redução do consumo de papel, água e energia dentro e fora da Universidade: “Aqui é um ambiente de ensino e aprendizagem, portanto, é importante que todos nós aprendamos e ensinemos a bem utilizar os nossos recursos”.

Capitalismo em criseCassiolato explicou que o sistema capitalista vive de crises, mas a atual apresenta características específicas, com enfraquecimento no plano econômico e político. Apesar de ter-se aprofundado nos últimos anos, ela tem suas raízes na década de 1970, quando já se mostravam sinais de esgotamento no modo de produção em massa e consumo em nível global.

Segundo ele, duas características centrais podem ser apontadas: a primeira é a diminuição significativa dos salários dos países centrais, com a migração de postos de trabalho para países onde há exploração quase absoluta do trabalhador. A outra, o aumento significativo das finanças, em que o valor fictício do capital financeiro é cada vez maior que o da produção em massa.

Para o professor, mais do que problemas financeiros e econômicos, a crise atual possui implicações ecológicas, com a ameaça aos recursos naturais, e políticas, com a perda de confiança na democracia participativa, como se percebe claramente nos países europeus. Essas implicações devem durar ainda bastante tempo e se tornar cada vez mais complexas.

Cassiolato acredita que o caminho para sair da crise é pensar em estratégias junto às comunidades locais: “Eu acho que há espaço, particularmente tendo em vista as nossas potencialidades e possibilidades, significativo para a transformação. E essa transformação, eu estou cada vez mais convencido, tem que vir de baixo para cima, a partir de arranjos produtivos locais, a partir de coisas que vocês estão fazendo aqui”.

“Vocês aqui têm possibilidades nessa região que nenhum outro lugar do país tem, que é o fato de juntar os conhecimentos tradicionais com os conhecimentos organizados da universidade. Esse desafio é dado num momento de intensa transformação, em que se tem a impossibilidade de que dentro do sistema saiam soluções que possam levar à melhoria de vida e à relação com o planeta Terra menos predatória”, concluiu.

Luena Barros – Comunicação/Ufopa

6/3/2015