Sentidos da cultura são destacados em aula inaugural de Gestão Cultural
Indígenas e gestores de 18 municipais do Oeste do Pará participam da programação, que vai até sexta-feira, 27.
Os diferentes usos e acepções do termo cultura, que perpassam tanto o senso comum quanto as diferentes correntes teóricas das ciências sociais, foram abordados durante a aula inaugural do curso de extensão e aperfeiçoamento em Gestão Cultural, ofertado pela Ufopa em parceria com o Ministério da Cultura (Minc).
Por meio das várias tentativas de respostas para a pergunta "O que é cultura?", a Profa. Dra. Luciana Carvalho destacou como as práticas cotidianas e as políticas públicas têm formado o campo cultural. “Disciplinas como a antropologia, a sociologia, a filosofia e outras disciplinas tentaram e ainda tentam responder o que é cultura. Mas no nosso cotidiano, o termo também é percebido em vários sentidos”, destaca.
Um desses sentidos, explica a professora, que também é pesquisadora, está relacionado à ideia de refinamento dos modos, etiqueta; no entanto “cultura também é entendida como um conjunto de modos de vida e que cada comunidade possui uma cultura com valores específicos, que se distinguem de outras comunidades. E são essas rupturas e continuidades do sentido de cultura, do senso comum, da ciência e da política que precisam ser entendidas pelos gestores culturais, que precisam fazer opções, pois os recursos são finitos”, afirmou a professora, fazendo o alerta: “não se trata de valorar uma ou outra manifestação da cultura”.
Abertura - Antes da aula, a reitora da Ufopa, Raimunda Monteiro; a coordenadora do curso, Estevani Couto; o pró-reitor da Cultura, Comunidade e Extensão, Thiago Vieira; o representante do MinC/Regional Norte, Delson Cruz; e o representante da Associação dos Municípios da Transamazônica (Amut), Prof. Edvaldo Bernardo, deram as boas-vindas aos ingressantes, destacando como os artistas, as manifestações culturais e a economia local de cada município podem ser favorecidas com a capacitação dos gestores. “Essa preparação técnica facilitará o acesso aos recursos do Ministério da Cultura pelas vias oferecidas pela política nacional de cultura; mas, além disso, à medida que os municípios se habilitam a receber os recursos, eles possibilitarão a emergência de várias manifestações culturais, que ainda necessitam de apoio e desse tipo de políticas públicas”, ressalta a reitora.
Para o músico e gestor cultural de Santarém, Eduardo Dias, o curso de extensão é uma oportunidade de capacitação numa área necessária aos gestores da cultura do Oeste do Pará, que, na opinião do músico, também necessitam de organização. “Uma das nossas dificuldades é a capacidade de organização, de colaborar, de conscientizar as classes artísticas da necessidade de organização, porque é por meio dessa organização que faremos os fóruns, os congressos, para que possamos implementar o Sistema Nacional de Cultura, para posteriormente integrar-se ao Sistema Nacional de Cultura”, relata Eduardo Dias.
Talita Baena – Comunicação/Ufopa
24/3/2015