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Calouros da Ufopa são recebidos com aula sobre ensino superior público

Calouros da Ufopa são recebidos com aula sobre ensino superior público

Profa. Wrana Panizzi em aula magna na Ufopa. Foto: Renata Dantas.

Os novos alunos da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) foram recepcionados na noite da última sexta-feira, 10 de junho, com a aula magna “Ensino Superior Público no Brasil: conquistas e perspectivas”, ministrada pela Profa. Dra. Wrana Panizzi, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Com um público de cerca de 350 pessoas, a aula foi realizada no auditório do Bloco de Salas Especiais da Unidade Tapajós, em Santarém. A reitora da Ufopa, Profa. Dra. Raimunda Monteiro, deu as boas-vindas aos calouros e ressaltou que os estudantes encontrarão uma Ufopa em processo de consolidação. “Estamos completando nosso sétimo ano de implantação. Já estamos numa etapa mais adiantada de estruturação, mas ainda há muito para avançar. Vocês verão que estamos numa instituição de grande diversidade, de muitas conquistas já consolidadas, mas também de grandes desafios”, ponderou a reitora.

Os recém-chegados também tiveram a oportunidade de ouvir os representantes das categorias que compõem a comunidade acadêmica. Pelos discentes, falaram em nome do Diretório Acadêmico Indígena (Dain) os alunos Tainara Munduruku (Alto e Médio Tapajós), Kauã Borari (Baixo Tapajós), Jonas Wai Wai (Calha Norte); pelo Coletivo de Estudantes Quilombolas, falou a aluna Marluce Coelho; representando a comissão eleitoral do Diretório Central dos Estudantes (DCE), fez uso da palavra o estudante Charlisson do Carmo. O servidor Jonathan Rêgo falou em nome do corpo técnico da Ufopa e o professor Mário Adônis Silva representou os docentes.

Durante a cerimônia, o vice-reitor da Ufopa, Prof. Dr. Anselmo Colares, entregou os certificados de destaque acadêmico aos calouros que obtiveram a maior nota de ingresso em cada curso. Os alunos que não puderam comparecer à aula magna e que quiserem pegar seus certificados devem comparecer à sala da Coordenação de Cerimonial da Ufopa, localizada no Prédio da Reitoria, na Unidade Tapajós.

Ensino Superior Público no Brasil – Com mais de 40 anos de docência, a professora Wrana Panizzi fez um resgate histórico do ensino superior público brasileiro, existente há menos de cem anos. “Foi em 1922, a partir da Semana de Arte Moderna, que passamos a achar importante pensar o Brasil a partir de nós mesmos. É quando surgem as primeiras universidades. Nosso sistema é recente, mas apresenta resultados importantes para o desenvolvimento nacional, seja formando recursos humanos, produzindo conhecimento técnico-científico e reflexões sobre nossa realidade brasileira”, ressaltou.

Segundo a professora da UFRGS, a história do sistema federal de ensino superior brasileiro, criado em 1950 durante o governo de Getúlio Vargas, passa por altos e baixos. “Saímos de um apagão, que marcou a década de 1990. Foram anos de dificuldade para a educação brasileira. A partir dos anos 2000, entramos num ciclo afirmativo. Tivemos a clareza de que não apenas precisávamos pensar o Brasil a partir de nós mesmos, mas precisávamos pensar o Brasil e seus diferentes Brasis. Para isso, precisávamos pensar em conjunto, precisávamos de mais pessoas nas universidades de diferentes lugares do País, atendendo às especificidades regionais e às demandas locais. Vivemos isso nos anos mais recentes, com a expansão e a qualificação do sistema”, avaliou Wrana.

Diante da atual crise política e econômica no País, a docente explicou que é difícil falar de perspectivas futuras. “É algo que nos assusta porque a crise financeira é grande e, nessas situações, normalmente, quem perde investimentos são os setores cujos resultados são de longo prazo, como a educação, ciência, tecnologia, cultura, artes. Essas perspectivas exigem que a gente assuma a luta pela autonomia universitária. Precisamos ter muito claro que educação é bem público, que universidade é patrimônio da nação e que isso é uma política de Estado, não de governo, então a continuidade nessa área é muito importante”, concluiu.

Renata Dantas - Comunicação/Ufopa

13/6/2016