Alunos do PPGRNA têm aula na Floresta Nacional do Tapajós

Integrantes da turma 2011 do Programa de Pós-Graduação em Recursos Naturais da Amazônia (PPGRNA) participaram, nesta terça-feira, 16 de agosto, de uma aula prática na Floresta Nacional do Tapajós (FLONA), como parte das atividades da disciplina Clima e Meio Ambiente, ministrada pelo professor Dr. Antonio Carlos Lola da Costa. Os alunos conheceram de perto o Experimento LBA (situado na região do km 67 da BR-163, Rodovia Santarém-Cuiabá) – que estuda as relações entre biosfera e atmosfera – e onde são coletados os dados e informações sobre o clima na região que compõem uma base de dados mundial.

A turma, formada por 17 alunos, conheceu de perto a torre onde estão instalados os equipamentos, percorreu a pé parte da floresta e subiu na torre multiuso com 40 metros, onde são realizadas as observações do experimento. “Ver e sentir a informação de perto é muito mais interessante e o aprendizado é maior”, afirmou a mestranda Aracely Liberal Lopez, 32 anos.

Mestrando e professor do Campus de Santarém do Instituto Federal Tecnológico do Pará (IFPA), Anderson Ferreira, 30, acredita que a utilização dessa metodologia de aulas irá contribuir para melhorar a sua atuação em sala de aula. “Sair do padrão ‘quadro negro e giz’ é muito interessante. Aqui conhecemos de perto com são coletados os dados que analisamos durante nossas aulas lá na UFOPA. Estamos aliando a teoria à prática, e isso para alunos de um curso técnico é muito mais atrativo; vou adotar essa metodologia durante minhas aulas”.

Khayth Nagata, 24, é uma das mais jovens da turma e em fase bem adiantada na produção da dissertação. Está pesquisando sobre a caracterização/composição do óleo de urucuri (Attalea phalerata). “A técnica que estou usando é simples e possibilita a caracterização precisa sem destruir a amostra. Vou disponibilizar os dados a outros pesquisadores que se interessarem pelo tema”. Khayth deve defender a sua dissertação em julho de 2012, seis meses antes do prazo final estabelecido pelo edital, que é março de 2013.

“Mostrar aos alunos como se faz coleta de dados, as dificuldades enfrentadas nesses processos, principalmente no que se refere à manutenção dos equipamentos, os cuidados que se deve ter com essas coletas para que os dados não sejam alterados – tudo isso foi o que quisemos mostrar aqui aos alunos. Afinal, parte dos dados coletados aqui no Experimento LBA é utilizado nas aulas teóricas da disciplina Clima e Meio Ambiente, que é obrigatória do PPGRNA”, afirmou o Prof. Antonio Carlos Lola, responsável pela atividade.

Além de conhecer as instalações físicas do LBA, os mestrandos assistiram a três vídeos cuja temática é o clima mundial. Por meio da linguagem audiovisual, conheceram detalhes do projeto Estudo da Seca da Floresta (ESECAFLOR), desenvolvido na Estação Científica Ferreira Penna, localizada na Floresta Nacional de Caxiuanã, Melgaço, Pará, desde 2001. Duas áreas, com 1 hectare cada, estão sendo monitoradas para saber qual a reação da floresta frente a uma situação de redução das chuvas na Amazônia, cenário previsto por muitos modelos climáticos. Em uma das áreas foram mantidas as condições normais. Na outra, bem ao lado, foi montada uma estrutura com cobertura plástica, onde está sendo efetuada a redução de, aproximadamente, 80% das chuvas. “Estamos estudando a reação da floresta quando submetida a alterações climáticas. E as reações estão visíveis. A dinâmica da biomassa florestal é bastante diferente entre as áreas estudadas”.