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Comunidade Jamaraquá produzirá tecido emborrachado com apoio da UFOPA

Desenvolver tecido emborrachado a partir do látex dos seringais da Amazônia, permitindo o aproveitamento diversificado da borracha como matéria-prima. Esse é objetivo do projeto Tecido Emborrachado da Amazônia (TEA), desenvolvido pelo Prof. Pastore Jr., do Laboratório de Tecnologia Química da Universidade de Brasília (UNB). Essa nova tecnologia será disponibilizada aos artesãos da comunidade de Jamaraquá, na Floresta Nacional do Tapajós, em Santarém.

Desde 2004, a associação de artesãos de Jamaraquá já trabalha com a borracha, usando a tecnologia para produção de folhas de borracha e artesanatos, como colares, brincos e outros materiais de pequena dimensão. Com a tecnologia para fazer tecido emborrachado, as opções de produção aumentariam, possibilitando, por exemplo, a confecção de novas peças, como bolsas para notebooks. A intenção é que seja constituída uma linha permanente de renda para os artesãos de Jamaraquá, tornando a produção mais robusta e diversificada.

O projeto conta com apoio da Embaixada da Suíça no Brasil, do Instituto de Estudos Integrados Cidadão da Amazônia (Inea) e da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA). Por conta da parceria, a reitora da UFOPA, Profa. Raimunda Monteiro, recebeu em Santarém, nessa última quinta-feira, 17, o coordenador do projeto, Prof. Pastore Jr.; o ministro da Embaixada da Suíça no Brasil, Jean-Pierre Reymond; e a representante do Inea, Rosenilde Guimarães.

Inicialmente, a vinda a Santarém foi motivada pela entrega de duas estufas que serão utilizadas no projeto em Jamaraquá. Segundo o representante da Embaixada da Suíça, Jean-Pierre Reymond, o projeto do tecido emborrachado já vem sendo desenvolvido há quase três anos no Acre. “Nossa intenção é apoiar projetos que tenham efeito multiplicador, por isso esse projeto do tecido emborrachado é bastante interessante, tem grande potencial de expansão e está inserido na Amazônia, com participação de várias universidades”, avaliou Reymond.

Para a reitora da UFOPA, Profa. Raimunda Monteiro, o trabalho desenvolvido em Jamaraquá é promissor como alternativa de modelo de industrialização sustentável para a Amazônia. “É o que buscamos a partir da diversificação do aproveitamento de matérias-primas. Esperamos que esse projeto não só dê certo no Jamaraquá, mas que possa se tornar uma tecnologia de fácil apropriação em grande escala pelas comunidades da Amazônia que ainda detém seringais”, ressaltou.

A reitora aproveitou a ocasião para destacar que a área de inovação vem sendo fortalecida na UFOPA e que a intenção é que o Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT) da Universidade se torne uma espécie de agência de inovação e empreendedorismo. “Nos próximos dez anos, a partir dessa agência, queremos trabalhar com a incubação de projetos de inovação, queremos avançar para gerar patentes aqui”.

Em relação à borracha, a reitora lançou um desafio aos parceiros. Segundo a professora, o Instituto de Desenvolvimento Florestal do Pará (Ideflor) fez um estudo que indicou a existência de cerca de 1 milhão de seringueiras ainda presentes no Tapajós. “Isso, do ponto de vista de estoque para escala de produção, é uma coisa fantástica e, atualmente, esses seringais estão subutilizados. Então, em outro momento, gostaria de discutir novos projetos que possam ter escala de produção associado ao empreendedorismo e que envolvam estudantes e setores empresariais que tenham interesse, para que a gente comece a sair da pesquisa e comece a aplicar essas práticas produtivas. Temos pressa em concretizar essas alternativas”, finalizou.

O representante da Embaixada da Suíça e o Prof. Pastore, da UNB, também aproveitaram a oportunidade para conhecer as instalações da UFOPA e, juntamente com o ICMBio, visitaram a Flona Tapajós e a Resex Tapajós-Arapiuns. Além de formalizar a doação das estufas à associação de artesãos na comunidade de Jamaraquá, eles visitaram Alter do Chão e a comunidade de Suruacá, onde a Embaixada da Suíça apoia duas rádios comunitárias.

Comunicação/UFOPA

18/7/2014