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Cursos de graduação da Ufopa são reconhecidos pelo MEC

Cursos de graduação da Ufopa são reconhecidos pelo MEC

Calouros 2015 do Bacharelado Interdisciplinar em Ciência e Tecnologia das Águas. Foto: Talita Baena.

O Ministério da Educação (MEC) publicou no Diário Oficial da União (DOU), no mês de abril, as portarias de reconhecimento de mais três cursos da graduação da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), sediada no município de Santarém (PA). São eles: o Bacharelado Interdisciplinar em Ciência e Tecnologia das Águas (Portaria nº 298 de 14 de abril de 2015); a Licenciatura Integrada em Matemática e Física do Parfor de Santarém (Portaria nº 304 de 16 de abril de 2015); e o Bacharelado em Arqueologia (Portaria nº 306, de 23 de abril de 2015). O reconhecimento de curso é uma condição necessária para a validação dos diplomas emitidos pela universidade.

Os cursos de graduação foram avaliados, ano passado, pelo MEC, por meio do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Três dimensões foram avaliadas: a organização didático-pedagógica do curso (1ª dimensão); o corpo docente e tutorial (2ª dimensão); e a infraestrutura (3ª dimensão). A nota máxima possível de ser alcançada na avaliação é 5.

Arqueologia – Vinculado ao Programa de Antropologia e Arqueologia (PAA), do Instituto de Ciências da Sociedade (ICS), o Bacharelado em Arqueologia da Ufopa recebeu conceito 4 na avaliação do MEC, realizada em 2014. De acordo com o coordenador do curso, Claide de Paula Moraes, o Bacharelado possui aproximadamente 108 alunos, divididos em cinco turmas (2011, 2012, 2013, 2014 e 2015). “Apesar de o curso ser voltado para a Amazônia, por estarmos em uma das áreas mais importantes para a Arqueologia Amazônica, o nosso curso de Arqueologia também apresenta uma formação que possibilite aos alunos atuar em qualquer área da Arqueologia brasileira”, afirma.

Outro aspecto ressaltado pelo coordenador é o fato de o curso da Ufopa ter um diálogo direto com a Antropologia. “Quem estuda Arqueologia na Amazônia tem, necessariamente, um diálogo com a Antropologia. Tentamos mesclar todas essas disciplinas no currículo do curso de Arqueologia para que os nossos futuros profissionais saiam preparados para atuar nessas áreas”.

Segundo o professor, a graduação em Arqueologia é uma realidade nova no Brasil. “No momento atual, temos observado uma popularização da Arqueologia no Brasil, que tem sido discutida em várias esferas onde ela não era discutida antes”, afirma. “Uma área responsável, em grande parte, pelo crescimento da Arqueologia no Brasil vem sendo a consultoria em Arqueologia, que tem uma grande demanda por profissionais graduados”.

Na opinião do coordenador, o conceito 4 reflete principalmente o esforço do corpo docente do Programa, que cresceu bastante, nos últimos anos. “Hoje nós somos 20 docentes no Programa de Antropologia e Arqueologia, a maioria doutores”, explica. “A Universidade ainda é muito recente e temos ainda muitas necessidades, principalmente no quesito infraestrutura. Apesar de termos dois espaços de laboratório, precisamos melhorar, equipar melhor nossos laboratórios e enriquecer o acervo da biblioteca. Isso são questões fundamentais para o curso”.

Para a vice-diretora do Instituto de Ciências da Sociedade (ICS), Lilian Rebellato, o reconhecimento dado pelo MEC “é a prova de que estamos no caminho certo quanto ao modelo de ensino, pesquisa e extensão que foi adotado durante a implantação do Bacharelado em Arqueologia”. Segundo a professora, que integra o quadro de docentes do curso, a demanda por um bacharelado em Arqueologia na região Oeste do Pará é muito antiga e representa “uma conquista para a comunidade científica e sociedade local que sempre lutaram para a proteção do patrimônio arqueológico da região”.

Licenciaturas - Outro curso da Ufopa reconhecido pelo MEC foi a Licenciatura Integrada em Matemática e Física ofertada em Santarém por meio do Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (Parfor). Vinculada ao Programa de Ciências Exatas (PCE), do Instituto de Ciências da Educação (ICED), a Licenciatura recebeu conceito 4 na avaliação do MEC realizada em setembro de 2014. “Os avaliadores viram com bons olhos a nossa iniciativa de fazermos uma licenciatura integrada, apontando para uma formação interdisciplinar”, afirma o coordenador do Programa de Ciências Exatas, José Oliveira Aquino.

Destinado a professores da rede pública de ensino sem formação superior na sua área de atuação, a LI em Matemática e Física do Parfor é presencial e intervalar, com aulas concentradas nos meses de janeiro e julho. Além de Santarém, o curso também foi ofertado pela Ufopa nos municípios de Alenquer, Oriximiná, Monte Alegre, Óbidos, Itaituba, Juruti e Almeirim.

O entendimento dos professores, que têm vindo avaliar o nosso curso, tem pontuado fortemente a inovação que estamos fazendo, que é algo novo para o Brasil”, afirma José Oliveira Aquino. Dentre as inovações implementadas, o professor destaca a técnica de empregar, simultaneamente, dois professores para ministrar um único componente curricular; e a inclusão, em praticamente todos os componentes curriculares, de uma carga horária voltada para a prática de ensino, como preconizam as resoluções do Conselho Nacional de Educação. “Tal prática permite ao professor fazer uma associação daquilo que ele está discutindo no ensino superior com aquilo que é visto na Educação Básica”.

Segundo o professor Aquino, uma das medidas adotadas como parte da reestruturação do Programa de Ciências Exatas, tendo por base a avaliação realizada pelo MEC, é a mudança com relação à coordenação da LI em Matemática e Física do Parfor, que será a mesma da Licenciatura Integrada regular. “As decisões com relação ao curso do Parfor passarão a ser todas colegiadas. O mesmo colegiado que toma as decisões em relação aos cursos regulares tomará também as decisões com relação aos cursos do Parfor”, afirma. “Isso faz com que o Programa se enquadre no que preconiza o manual do Parfor, que diz que não deve haver diferenças entre as turmas regulares e as turmas especiais do Parfor, porque é uma turma especial apenas, não é um novo curso ou um curso diferenciado, mas é uma turma especial para o Parfor presencial”.

Recursos Hídricos - Vinculado ao Instituto de Ciências e Tecnologia das Águas (ICTA), o BI em Ciência e Tecnologia das Águas recebeu conceito 3 na avaliação do MEC. “Tivemos o reconhecimento com conceito 3, que é uma nota louvável dentro do que temos hoje na universidade. Com isso alcançamos a meta de obter a autorização e o reconhecimento do curso”, afirma o coordenador do BI, Urandi João Rodrigues.

Com duração de três anos, o curso possui 509 alunos, divididos em 10 turmas, sendo ofertado em três turnos. “O Bacharelado Interdisciplinar é a base de formação dos outros quatro cursos de graduação do ICTA”, explica. Segundo o coordenador, a consolidação do curso é o maior desafio do corpo técnico e docente.

Uma das inovações implementadas pela Ufopa, visando à interdisciplinariedade, o BI em Ciências e Tecnologia das Águas é o único do país voltado para a temática dos recursos hídricos. “Dos 40 Bacharelados Interdisciplinares existentes no Brasil, somos o único que trabalha especificamente com recursos hídricos, que é uma temática hoje discutida nacionalmente”, afirma Urandi Rodrigues.

Segundo o professor, o BI é um curso profissional com conteúdo amplo, que prepara o aluno tanto para o mercado de trabalho, quanto para o mundo acadêmico. “Ele prepara um profissional, interdisciplinar, em ciência e tecnologia das águas, o que já é um diferencial”, afirma. “Mesmo formado apenas com o BI, o profissional poderá atuar em organizações formais, empresas, órgãos públicos, além de poder concorrer a um certame público ou seguir para uma carreira acadêmica”.

Segundo o professor, a inserção profissional se dá principalmente na área ambiental. “Por motivos mercadológicos e da legislação, é difícil encontrar uma empresa que não tenha necessidade de ter um profissional da área ambiental, que vai auxiliar nas tomadas de decisões no que tange às questões ambientais e, principalmente, ao gerenciamento de recursos hídricos”.

Maria Lúcia Morais - Comunicação/Ufopa

6/5/2015